De acordo com dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), as usinas fotovoltaicas residenciais representam por 4,09 GW de potência instalada em GD (geração distribuída) solar no Brasil – o que deixa tal segmento na 1ª colocação do ranking entre as classes de consumo.
No entanto, após adquirir a tecnologia, como funciona a parte prática de instalação e manutenção? Como manter o bom funcionamento do sistema fotovoltaico?
Sérgio Levin, engenheiro eletricista do Ibape/ SP, e o também engenheiro eletricista Dirceu Ferreira, especialista em geração e distribuição de energia, reuniram algumas dicas para que a solar seja realmente vantajosa, trazendo benefícios econômicos e ambientais.
Instalação do sistema FV
Segundo Levin, o Brasil é um país propício para o uso da tecnologia fotovoltaica em função da irradiância do Sol. Porém, é preciso que as placas sejam colocadas no ângulo correto para aproveitarem ao máximo a luz natural.
Além disso, a instalação errada pode causar diversos problemas, como o desabamento de telhados, que podem não aguentar o peso dos módulos. Por isso, é recomendável a contratação de um engenheiro civil para realizar a instalação correta do equipamento.
“O profissional deve considerar fatores como, por exemplo, o peso dos painéis que serão colocados no telhado e se o tamanho do espaço é realmente adequado. Além disso, é preciso que ele analise o perfil dos moradores, ou seja, quantos eletrodomésticos possuem e a frequência que eles são utilizados, para, assim, calcular a quantidade de placas necessárias e, também, uma estimativa de payback”, explicou.
“Verificar as conexões elétricas, bem como monitorar periodicamente a qualidade do sinal elétrico no ponto de conexão, como amplitudes de tensão e corrente, presença de harmônicas e fator de potência, são pontos essenciais também”, acrescentou Ferreira.
Após o projeto feito, o especialista destacou ser necessário a homologação de uma concessionária. Esse processo é importante porque, apesar de muitas pessoas não saberem, se os módulos forem mal instalados, resultam em riscos para a segurança das pessoas e dos imóveis.
Manutenção do sistema FV
Os painéis duram, em média, 25 anos. “Se a instalação for em um imóvel que tem um consumo médio mensal de 180 kWh, será necessária a instalação de cerca de cinco placas, o que já garante uma média de 55% a 60% de economia por mês”, disse o engenheiro do Ibape.
“As placas fotovoltaicas precisam ser limpas, em média, duas vezes por ano, retirando principalmente pó, galhos e folhas que podem se prender a elas. É importante que moradores fiquem de olho em caso de obras perto de casa devido à sujeira, assim como em chuvas fortes de granizo e outros impactos externos que podem danificar a tecnologia”, ressaltou.
Para finalizar, Levin enfatizou que a parte elétrica é fundamental na manutenção. “É necessário acompanhar o desempenho do sistema e chamar a empresa responsável pela instalação para fazer uma verificação duas vezes por ano, no mínimo”.
Ferreira compartilha com a mesma ideia e enfatiza a importância de planejar a manutenção preventiva e inspeção periódica nas instalações. “Ademais, é essencial executar inspeção e manutenção preventiva em todos os equipamentos e acompanhar o desempenho das proteções elétricas, pesquisar as causas das atuações e implantar melhorias e correções quando de situações indesejadas”.
Financiamento de módulos FV
A Caixa lançou recentemente um programa destinado à implantação de energia solar nas residências brasileiras. O Caixa Energia Renovável permite financiar a aquisição de placas solares com juros de 1,17% ao mês.
Ademais, o financiamento poderá ser contratado via celular, pelo aplicativo Caixa Tem. A carência será de seis meses e o prazo de pagamento será de cinco anos.
Com: Canal Solar.