A partir de 1º de janeiro de 2022, aproximadamente 1,9 mil consumidores com carga igual ou superior a 1 MW se tornaram livres e aptos a contratar qualquer tipo de fonte energética no Mercado Livre de energia. Esta é mais uma fase de abertura e redução da reserva de mercado da energia incentivada no ACL (Ambiente de Contratação Livre), que deve crescer entre 10% e 20% em número de participantes este ano, com a migração de novos consumidores interessados em celebrar contratos com tarifas mais competitivas em relação ao mercado cativo das distribuidoras, de acordo com avaliação do Grupo Safira, um dos principais do ecossistema de energia do País.
“Estamos observando um período úmido muito bom até o momento e isso deve fazer com que o PLD médio do ano seja mais baixo do que em 2021, algo que incentiva a migração de consumidores ao Mercado Livre, que buscam previsibilidade e ganho financeiro neste ambiente”, avalia o coordenador de Inteligência de Mercado do Grupo Safira, Raphael Vasques.
Para ele, não será uma migração expressiva como foi em 2016, mas a expectativa é que o número de agentes salte dos atuais 10 mil para cerca de 12 mil, em 2022. “Com a regras atuais temos muito espaço para o crescimento do Mercado Livre, que ainda pode contar com consumidores em comunhão que somem 0,5 MW de demanda e tenham um agente agregador ou varejista que os representem neste mercado”, afirma o especialista do Grupo Safira.
Em 2021, o PLD médio ficou em R$ 274,14 por MWh e neste 2022, segundo Vasques, o valor deve ficar mais baixo, um pouco acima de R$ 200,00 o MWh, muito em função da recuperação dos reservatórios.
GD como alternativa
Apesar dos investimentos em outras fontes de energia, o mercado brasileiro ainda é muito dependente da hidrologia. Segundo Vasques, a crise hídrica não está totalmente descartada e a GD (Geração Distribuída), cujo marco regulatório acaba de ser aprovado e que registrou um grande crescimento em 2021, é uma das alternativas para diminuir essa dependência e ainda dirimir investimentos em linhas de transmissão, já que os painéis solares acabam sendo instalados nos centros de consumo. No ano passado a energia solar cresceu 65% em relação a 2020 e atingiu 13 GW de potência instalada.