A energia elétrica residencial acumula aumento de 20,52% nos últimos doze meses, mostra levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado integra o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril.
Embora a variação mensal das tarifas de eletricidade tenha sido negativa, caindo 6,27% em relação a março, o item segue bem acima da inflação, que acumulou alta anual de 12,13%. A redução foi resultado principalmente do fim da bandeira escassez hídrica em 15 de abril, que acrescentava R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.
Apesar do fim da cobrança extra, a perspectiva não é positiva para o consumidor brasileiro. Os reajustes anuais de tarifa de energia elétrica promovidos por empresas de distribuição em 2022 chegam a quase 25%, reduzindo ou até anulando a economia com a bandeira verde.
Até o início de maio, a maioria das concessionárias ainda não aplicou os aumentos. Além desses reajustes, devem impactar na conta de luz encargos como a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), repasse de empréstimos ao setor elétrico e uma proposta de revisão do sistema de bandeiras, que aumentaria os patamares amarelo e vermelho 1 em mais de 50%.
A inflação teve alta de 1,06% em abril, após ter alcançado 1,62% em março. Conforme o IBGE, esse foi o maior resultado para o mês de abril desde 1996 (1,26%). No ano, o indicador acumula alta de 4,29%. Em abril de 2021, a variação havia sido de 0,31%.
A pesquisa indica que os principais impactos vieram da alimentação e bebidas e dos transportes. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 80% do IPCA de abril.