O casal Camille Goodman e Syd Crawford vive em Wamboin, área residencial rural de New South Wales, na Austrália. Esta região foi severamente impactada por uma série de incêndios florestais entre os anos de 2019 e 2020. De fato, os incêndios se aproximaram da residência do casal, que de lá para cá, resolveu mudar de vida, utilizando baterias de notebook para desenvolver um sistema de armazenamento de energia solar.
Syd e Camille contam que começaram a calcular a quantidade de emissões aceitável para cada um. Calcular a própria emissão de gases de CO2 é uma prática conhecida como pegada de carbono e isso fez com que o casal buscasse um estilo de vida com zero emissões de carbono.
Segundo Camille, quanto mais se analisava, era observado que não há uma quantidade adequada, desta forma foi preciso mirar na emissão zero ou o mais próximo disso possível. O primeiro passo do casal foi instalar painéis de energia solar em sua casa, desta forma supriram as demandas de energia de uma fonte limpa e renovável.
Além disso, o sistema é fora da rede, tendo em vista que o próprio casal criou um componente de armazenamento de energia utilizando baterias recicladas de notebooks. Crawford revela que comprou as baterias antigas por kg, desmontou cada uma e testou todas as células, descartando aquilo que não poderia ser reaproveitado.
As baterias de notebook contam com cerca de 6 células e algumas vezes pode existir a presença de apenas uma com falha, mas o resto está bom para uso.
Casal junta 800 baterias para criar sistema de armazenamento de energia de 44 kWh
No mês de julho deste ano, o Ministério de Meio Ambiente australiano divulgou um relatório mostrando que a crise climática já afeta o país em diversos sentidos, desde ondas de calor no mar, que estão gerando o branqueamento de corais, até eventos climáticos extremos, incluindo incêndios florestais cada vez mais intensos.
No processo do casal, cerca de 800 baterias de notebook foram reutilizadas para o desenvolvimento de um componente de armazenamento de energia solar caseiro de 44 kWh, que garante a energia gerada no telhado quando necessário como, por exemplo, dias nublados ou durante a noite.
Segundo Crawford, esta não foi a maneira mais fácil de se fazer isso, entretanto foi a mais barata. Orgulhoso, ele compara seu sistema ao equivalente a três Powerwalls, ou seja, as famosas baterias de armazenamento de energia de íons de lítio produzidas pela grande marca de carros elétricos Tesla.
Além do uso de energia solar e baterias de notebook, outra grande mudança feita pelo casal foi a troca do automóvel tradicional por um carro totalmente elétrico. De acordo com o casal, as emissões de carbono em 2019 ficaram em cerca de 10 toneladas, sendo que três quartos disso foram gerados de longas viagens realizadas com o carro.
A mudança foi notável e em 2020, conseguiu reduzir as emissões para 4,78 toneladas totais e as emissões do veículo para 1,8 toneladas. Já neste ano, os números caíram pela metade, indo para 2,26 toneladas totais e apenas 0,85 toneladas de emissões provenientes do veículo.
Em entrevista, o casal também afirma que utiliza apenas aparelhos elétricos, não consome carne bovina, laticínios, carne de cordeiro e também não viaja de avião. Camille Incentiva a todos que desejam reduzir suas emissões que façam tudo aquilo que puderem e entende que este limite varia para cada realidade.
